23 de dezembro de 2008

ÁVIDA LEITORA

Ávida Leitora Do livro da vida, Leio seu corpo sobre leito frio. É como o papel e como eu escrevo em ti. Meto poesia apago solidão desfolho e foleio suas pétalas páginas, seus orgasrítimos. Escrevo se e, finalmente, inscrevo-me em você. Borras tuas páginas com meus dedos cheios de salíva. Minha seiva e malícia suas bordas dobram. Quero decorar seus diálogos internos e, um dia, beijar tua capa amassada ou rasgada e costurar o miolo caído.

Alive

- For Claus and Isis

Was it just a hug
and then we said goodbye
off to the trip in wich i die.

Maybe it was that hug
opening the ground.
When the plane crashed
I... Survived.

While jumping throught those corpses
My heart pumping - Oh! - So fast
For dead people can't hold her.
Butterflies up my spine, feelings unknow.

My next breath catched a plane.
On the city of love I realise
That my time's been postponed
Life, as love, can't wait.
I'm... Alive.

BABYLONDON

Many pass by Babylondon
While walking down Oxford Street.
Some stay and others go or disapear.
But few can see
Ready to burn
The invisible baby
Tower by tower.

She's on the cameras and the screens
So many eyes're looking for her,
That's easy seeing where she's not
Her bealtiful face and wicked smile.

A baby there in London
-She's called Babylondon!
And while walking down the street,
In every tongue that she speaks
always the same repetitive tune:
Welcome to London,
Have fun and excuse me.

She's one and many,
Rather say fuck off,
Burn the towers
and piss on the Queen,
Than bend over and disapear.

4 de setembro de 2008

Ontem

Ao lembrar de ontem
Me fica um gosto de sonho
- um desses antigos
Sem sentido na época,
Repetido ontem -
Pergunto a uma Pessoa.
O sentido disso.

Este me escapa,
Mas o sonho...
Era perfeitamente aquele fim de noite,
três e meia da manhã.
O meu ontem
Foi hoje
E ecos disso
São vidro
de um sentimento.
Quebrado quando?

3 de setembro de 2008

SEDE

Sede funda.
Sede forte,
São seis sete
Dias na semana.

Seja pleno:
Afasta-se
A sede; sorte,
Até sábado.

Seja terreno,
Busque água;
Sede lunar,
Beba vinho.

Seja no olhar,
Diga somente
Bebermo-nos.
Sede meu par,
Sede meu vinho.

17 de junho de 2008

A CHAVE

Cada um com sua chave
E nem pense em trocar.
É só uma mesmo,
Abre poucas portas
E não dá pra saber
Qual abrirá.
É preciso enfiá-la
Na fechadura e girar.

Abriu?

Depois de abertas
Algumas fica mais
Fácil. Aí você olha
Bem para a porta
E sabe se nela
Sua chave girará.

Quando essa porta
Finalmente abrir
Maravilhas achará
E o desejo de trancar
Novamente aquilo
Aberto vai surgir.
Trancar por dentro;
Sem em outras
Fechaduras girar.

Na chave está escrito
Prazer, na porta, Amor.

9 de junho de 2008

ANTI-ROMÂNTICO

Hoje não há romantismo
Nem respostas sentimentais.
Abertas portas
duplas de eus
trocando calor.

Cada qual
Oferta o seu
Saímos ganhando.
Tentei grafar eterno
Mas vivo como quero
Escrevo sincero.

Não peço muito
Somente aquilo
Para mim guardado.
Não posso tudo
Mas faço versos
Abro portas
E dou prazer
Como se não houvesse amanhã.

Que mais eu quero?
Amor eterno e romantismo?
Nada disso!
Somente uva de manhã
Depois de noite de prazer.

RIP VAN WINKLE

Sonhei uma tarde
Sob sombra das árvores
Somente algumas horas,
Mas sonhos tamanhos.
Vira fada e duende
Brincando com estrelas,
Maravilhas e sabores.

Acordei barbudo,
Cheio de rugas,
As costas curvas
As pernas fracas.

Tudo mudado,
Amores mortos
Meninas casadas
Crianças crescidas.

Agora nada resta
Além da floresta onde espero
Meu último sono fatal.

26 de maio de 2008

ÁVIDA LEITORA

ÁVIDA LEITORA

Ávida Leitora
do livro da vida,
Quando nada faz
é magia;
se faz
desaparecem
regras e pregas.

Leio seu corpo
sobre leito frio
sombras pinta
estrela branca.
É como o papel
e como eu escrevo em ti.

Meto poesia
apago solidão
reescrevo conjecturas
maçicos diamantes
desfolho e foleio
suas pétalas páginas
seus orgasrítimos.
Escrevo se
e, finalmente,
inscrevo-me em você.

Bíblia rasgada
seda papel
de presente.
Sua pele é papiro novo
repleta de profecias,
Colhido no Rio Nilo.

Mãos porcelana
afeto suave
força frágil
coroadas
unhas meia-noite.

sua voz no vento
Conta histórias
SheraSade,
enquanto conta
tenta me ler
a sorte.

Leio em você
enigma profundo
teu livro não quero
Acabar de ler,
Viver.

Borras tuas páginas
com meus dedos
cheios de salíva.
Minha seiva e malícia
suas bordas dobram.
Quero decorar seus diálogos
internos e, um dia,
beijar tua capa amassada
ou rasgada e costurar
o miolo caído.

Ávida leitora,
tua vida é um livro.

22 de maio de 2008

SEU ROSTO

Todos os rostos
nas ruas
são seus.
Cada mulher,
Bonita ou feia,
tem seus olhos sorrisos.
Até mesmo eu
No espelho tenho seu rosto.

Beijando bocas belas
Só sentirria o gosto da sua.

Os sinos soam seu nome,
A tv conta nossa história,
A noite tem seu cheiro.

Olho apressado
As pessoas na rua
E mesmo as mais lindas
Não vejo.

Lembro você,
Esqueço do mundo
Sorrindo
em seus lábios.

SOM ENTREVISTO

Onomatopédico simétrico irreconhecível secreto ruído ecoa invisível zumbe inaudível envolvente partituras zombarias notas risadas sonoras sonos despertos sons fugidios incaptáveis intocados próximos entrevistos incognocíveis próximos redundantes desprezíveis inúteis armadilhas flutuantes esquecidos ritmos

19 de maio de 2008

SETE ROSAS

Lancei sete flechas
Para tocar seu coração,
Sete rosas vermelhas
Como a minha paixão.

As flores comprei
Na rua, pra te
Guardar em casa.
Tu foi feita para noite;

Na madrugada, acendo
Uma vela vermelha
Para amarrar seu coração.
Logo numa encruzilhada

Onde perdi meses, anos,
grana e até sanidade.
Sete rosas vermelhas
Para não perder seus beijos.

Numa praça escura
Sacrifiquei o meu pudor,
Chorei sangue, suor e
Todo pensamento;
Pensando só em te ganhar.

10 de maio de 2008

FÁBULA CIGANA

Na idade média
Nasceu um filho de nobres
Sem terra ou posses
Expulso do castelo
Com apenas um alaúde.

Bardo errante
Cantando fábulas
Lendas e musas.
Casar Jamais!
Apenas versos
Estrada sem fim
Vaga melancolia.

Mas em outra estrada
Havia uma viajante
Era uma cigana da Ásia
Com seu baralho de Marselha.
Até de reis vira o futuro;
O seu, porém, é sempre viajar.

Ela não era sozinha
Tinha filha e companhia
Sua caravana de ciganos.
Nunca casara,
Em juramento à magia.

Cigana e bardo
Encontraram-se ao acaso
Numa praça em Budapeste
Batalhavam pão
Com arte e feitiçaria.

À noite, numa festa pagã
Dançaram entre fogueiras
E beberam estranho vinho.
Tomados de prazer
Correram para a escuridão
E se amaram loucamente.

Quando nasceu o verão
Em sua primeira manhã
Iluminou os dois amantes
E eles decidiram juntos viajar.

Ela sugeria o leste,
Voltar à sua amada Ásia,
À Pérsia e à Pasárgada.

Ele sonhava com o sul,
Jerusalém, a cidade santa,
Por qual tantos homens morriam.

Não viram nenhuma delas,
Voltando por toda Europa
e a moura Espanha também.
Na mais distante terra,
Cercada de vasto mar,
Finalmente descansaram.

Construíram casa e vida
no novo reino de Portugal.
Ele com saudosos fados,
Ela e suas cartas ciganas;
Viveram cheios de amor
Sem nunca à estrada tornar.

2 de maio de 2008

FALTAS

Falta quem me indique
Me abra portas
Me doe sesmaria
Ou posição
Na burocracia federal.

Falta feijão
E uma vez por semana
É a água.

De falta em falta
Fui percebendo
Em mim também
Muitas faltas.

Faltou coragem
E salário.

Faltou bom-senso
E calmaria.

Faltou um nada
Pra quebrar um poste
Ou a cara.

Falta muito, eu sei,
Ao mundo todo,

E essa falta toda vai somando-se
Numa montanha de nada
Anulando
Tudo possuído.

Por fim,
Mais nada há.

Até as faltas,
Expurgadas
Sepultadas.

Novos eus
Sem necessidades
As portas abertas
Totalmente

Viajando
Acima das cinzas
da burocracia do federal.
Longe de qualquer cronómetro
Ou faltas materiais
E imateriais.

27 de abril de 2008

Amor violento

Amor violento,

Lento castigo

Quero contigo

Por um momento.


Um tapa ardido,

Seio mordido

Sopra ao vento;

Coisas que invento.


Amor fogoso,

Vermelho gozo

cheio de fúria.


Amor sem culpa,

Tara. Oculta,

Doce penúria.

Gaivota Kantiana

Labirinto de corpos
Tortos,
Engessados ossos
e carne de massa.

Contra mar e céu
Azuis,
Contra a feiúra
Da massa amorfa,
Passa uma gaivota
com belo corpo esguio,
Sem recheios supérfluos.

Bela e perfeita.

Essa gaivota mergulha
superando qualquer expectativa
de beleza criada por academia.
Mais que belo: sublime.

22 de abril de 2008

Fada Canela

Fada canela,
Esconde sob frio véu
Um sorriso branco,
De pérola bela.

Fada canela
Olha desconfiada.
Feche os olhos
para a cidade amarela.

Fada canela,
Seu nariz egípcio
é cruel como a esfinge.
Qual o enigma dela?

Fada canela
cuja pele
não cabe no poema
nem na aquarela,

Fada canela,
À mais alta estrela
Vamos. Voando
Juntos até ela.

Seios

Seus seios
Perfeitos
Feitos para
Puro prazer

São duros,
Pétreos
Como uma
Estátua
De mármore.

Rocha
Vira meu membro
Ao vê-los perfeitos.

Beijá-los,
Beijá-los,
Balbucio delirante.

Seios
Maravilha,
Dádivas do céu,
Provas do divino.

-São alucinação?
(Pergunta o poeta,
Por nunca antes
Ter visto tamanha beleza.)

Talvez, até
Ficassem deslocados,
Não fosse suportados
Com nobreza
Por corpo como o seu.

Orgulhosos da dona
Empinam-se livres,
Harmoniosos.

Eles desnudos
Brilhariam, sim.
Em conjunto com

rosto
olhos
curvas
sorrisos
Brilham muito mais.

Se me lembro de seus seios,
Logo me sinto melhor.
Pensando neles,
Não há morte
Guerras
Ou Dor...

Seios
Capazes.
De salvar o mundo?

Só sei
Salvarem-me.
Penso-os
E me encho de coragem.

Minha boca
Enche de salivas;
Meu corpo, de calor.

Meu membro,
Simplesmente enche-se.
Cresce de tesão e dispará-me
em seus seios quentes, acolhedores.

Oh! Isso sim
São seios!

5 de março de 2008

Fome indistinta

O coração ruge e qual fera ataca.
Igual ao tempo, urge e mata.
Seriam medos a motivar tal besta,
Não fossem a fome tudo quanto lhe resta.

A vida, o sexo
E os instintos
Misturados ao excesso,
Ao indistinto.

Um desejo late
Sonhos postiços;
mas sem isso

É melhor estar morto.
O coração bate
E já não se está torto.


29 de fevereiro de 2008

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